Os percebes são hermafroditas simultâneos: cada animal é macho e fêmea ao mesmo tempo. O ovário encontra-se no interior do pedúnculo e a vesícula seminal, testículos e pénis no interior do capitulum. Um oviducto par faz a ligação entre o ovário e o interior do capitulum. Estes animais fazem fecundação cruzada: o indivíduo “macho” introduz o pénis no interior do capitulum do indivíduo “fêmea”, para onde liberta os espermatozóides. A “fêmea” liberta os ovócitos também para o interior do capitulum onde se dá a fertilização e produção de duas lamelas de ovos que aí irão desenvolver e eclodir sob a forma de primeiro estado larvar. Estas larvas são depois libertadas para o mar.

Os percebes têm uma fase larvar composta por seis estados nauplius e um estado cypris. As larvas são planctónicas e de reduzida dimensão (comprimento máximo 0,5 mm), vivem em suspensão na coluna de água e têm reduzida capacidade natatória, sendo transportadas pelas correntes oceânicas.

As larvas cypris (último estado larvar) fixam-se ao substrato e sofrem uma metamorfose em percebe juvenil. Um dos substratos mais importantes nesta fixação é o pedúnculo de outros percebes, o que faz com que estes animais se distribuam tipicamente em aglomerados cerrados, com percebes agarrados uns aos outros.

Com base em experiências de laboratório, pensa-se que a fase larvar de um percebe possa durar entre 15 a 30 dias.  Em Portugal, a reprodução desta espécie ocorre sobretudo durante a Primavera e o Verão, e a fixação das suas larvas cypris no litoral rochoso ocorre principalmente no Verão e no Outono.  O crescimento dos percebes é variável, mas estudos indicam que durante o primeiro ano de vida, os percebes, em média, atingem a maturação sexual (~12.5 mm de distância RC), podendo também atingir tamanho comercial (>15 mm RC) enquanto que nos anos seguintes o crescimento é menor.

Ilustração por Telma Costa